A soma da atividade prática, em ambiente real, com o uso de diversas ferramentas, a presença e o uso constantes de brinquedos, brincadeiras e jogos, cria a visão da Psicopedagogia Viva, como denomina a professora Cláudia Ferro Antunes de Oliveira, da Pós-Graduação Lato sensu da Universidade de Sorocaba (Uniso)
PSICOPEDAGOGIA VIVA COLOCA O ALUNO DO PROGRAMA DA PÓS DA UNISO EM AMBIENTE REAL
Praticar e vivenciar a teoria e dar visibilidade à psicopedagogia, saindo das salas da academia e seguindo em direção às atividades diárias de crianças e adolescentes, de forma alinhada com as necessidades e dificuldades que eles apresentam. Essa é a proposta da ação que a professora psicopedagoga Cláudia Oliveira chama de Psicopedagogia Viva.
“Quando uma criança chega até os cuidados de um psicopedagogo, ela já passou por muito sofrimento”, explica a profissional. “Ela já chega com a autoestima muito reduzida e explicando que foi trazida ao profissional porque não vai bem na escola, não acerta as lições, tem notas baixas”, continua. “A questão é que a nossa sociedade não aceita o erro. Não compreende que errar faz parte do processo de aprendizagem e o fato não deveria ser vexatório”, conclui.
“Dentro da Pós-Graduação em Psicopedagogia da Uniso, um dos objetivos é o de levar para a prática, em um ambiente real, ou seja, alguma instituição já existente, a prática do aluno com a aplicação das técnicas para dar ao pós-graduando uma formação mais completa ainda”.
Brinquedos, brincadeiras e jogos auxiliam
“Existem muitas técnicas e testes disponíveis para uso de um psicopedagogo. Algumas ferramentas são exclusivas de uma ou outra categoria profissional, podendo ser usadas apenas pelo psicopedagogo que também tem a formação naquela categoria profissional específica. Diversas outras ferramentas podem ser usadas indistintamente pelos psicopedagogos. Brinquedos, brincadeiras e jogos estão entre as ferramentas de avaliação e de aplicação disponíveis para todos os profissionais da área”, explica Oliveira.
É com a colocação de alunos de psicopedagogia para atuar nos mais diversos ambientes, incluindo o uso de brinquedos, brincadeiras e jogos, que a professora busca implementar a Psicopedagogia Viva.
“Durante uma atividade lúdica, por exemplo, o futuro profissional ou o profissional atuante usa o olhar clínico para realizar uma avaliação singularizada. Porém essa visão clínica deve ter seu espectro ampliado de forma institucional, ou seja, com análise da instituição à qual aquela criança ou aquele adolescente estão vinculados. E é sempre bom lembrar que a família também é uma instituição”, esclarece.
O que a Psicopedagogia Viva ensina para o futuro profissional
É com a aplicação da teoria em ambientes reais que o psicopedagogo desenvolve o uso das técnicas, entre as quais, aquelas para identificar as habilidades existentes e aquelas que precisam ser desenvolvidas em crianças e em adolescentes.
“É observando ou interagindo com as crianças e os adolescentes, pelos mais variados meios, que o psicopedagogo começa a avaliar todos os detalhes possíveis para realizar um trabalho específico a fim de ajudar no desenvolvimento das habilidades daquela criança ou daquele adolescente. Com as mesmas ferramentas o psicopedagogo também verifica com a criança ou o adolescente aprende, ou seja, quais são os recursos que ele já possui para a continuidade do aprendizado”, esclarece Oliveira. Ela também lembra que brincar é uma das vias de avaliação e de intervenção, mas nem sempre a sociedade a enxerga com ferramenta técnica, até por desconhecer sua importância. “Brincar é uma atividade muito desprestigiada na sociedade, como se não fosse indispensável para a formação do indivíduo”, conclui.