Não há dúvidas de que o estudo, ainda mais de forma sistemática e realizado em uma instituição de ensino, adiciona conhecimento ao aluno. Mas a somatória de um curso pós-graduação vai muito além do conteúdo programático apresentado em sala de aula.

“Na especialização, o indivíduo aprende que o ponto de vista dele não é o único. Aprende que não há o título de mais correto, mas que a visão dele é mais uma peça no mosaico. E, talvez o mais importante, aprende a negociar”, avalia o mestre e professor da Pós-Graduação da Uniso, Paulo Roberto Teixeira Júnior.

1 – Ganhar notoriedade

Embora o ensino superior em nível de graduação ainda não tenha atingido a maior parte da população no Brasil, o sistema oferece acesso atualmente a um número expressivo de pessoa. “Ter uma graduação não é mais um diferencial significativo”, explica o professor. “A graduação no ensino superior continua não sendo para todos, mas passou a incluir muito mais gente nos últimos 20 anos”.

“O profissional não quer ser confundido com outro. Ele precisa se diferenciar. Tem de alcançar a notoriedade. E a pós-graduação pode ser uma das formas de chegar a tal notoriedade no mercado”, conclui.

2 – Somar elemento de raridade

Ao longo do tempo a sociedade passou a conceituar que é mais valioso aquilo que existe em menor volume. Isso vale para o preço de um produto, de um serviço, mas também para a remuneração de um profissional, explica Teixeira.

Na visão dele, a pós-graduação pode ser um elemento de raridade a ser somado ao currículo para destacar um profissional no mercado. “É preciso que o profissional avalie quais são os elementos diferenciados que podem ser somados ao seu currículo e diferenciá-lo dos outros. Em várias situações, a pós-graduação pode ser um desses diferenciais que pode, além de gerar um destaque, aumentar a remuneração do profissional, que será mais valorizado por esse elemento de raridade”. 

3 – Capacidade de inovação

As empresas buscam algum grau de inovação em suas atividades, afirma Teixeira. Para ele, a expressão “pensar fora da caixa”, que já se tornou um jargão há algum tempo, está correta, mas o mercado não tolera rupturas bruscas. A empresas querem, sim, o profissional que inova, que traz proposituras disruptivas, etc. e tal, porém, que faça isso com diplomacia, tato e paciência.

“A pós-graduação é o ambiente em que o estudante experimenta e percebe que é possível equilibrar propondo soluções inovadoras sem traços de intransigência”, diz o professor da Uniso.

4 – Compartilhar espaços

O ambiente da pós-graduação é ímpar quanto ao compartilhamento de espaços e de experiências. “Como a especialização é um curso de duração limitada, mais para um curso rápido, porque normalmente dura um ano e meio, e boa parte das atividades inclui ações práticas, o aluno é obrigado a compartilhar muito e dessa interação saem ideias inovadores, muitas vezes geniais”, explica Teixeira.

5 – Oxigenar

Mesmo para aquele estudante recém-formado na graduação, o ambiente da pós-graduação é ideal para oxigenar as ideias. “Na graduação as turmas são, de certa forma, homogêneas, a pós-graduação é o único espaço em que a diversidade se impõe”, explica o professor. “É um consenso que a diversidade gera resultados mais eficientes, e um curso de pós-graduação traz para dentro de sala de aula essa diversidade”. A pós traz pessoas de várias origens e da mais diversas formações. “Eu já tive sala de pós com alunos com mais de vinte formações distintas. Isso garante uma troca única. Isso é vida real. Quando você está trabalhando, os seus companheiros também têm formações e experiências muitos diferenciadas. Você encontra na pós-graduação uma forma de viver o que vai enfrentar no cotidiano das empresas”, conta Teixeira.