Compreender técnicas ligadas à área diversa e aplicá-la no seu segmento de atuação para melhorar os resultados: essa é uma possibilidade ímpar que todos os alunos das pós-graduações de engenharia têm.
Na disciplina de Gestão de Projetos, ferramentas como Lean, muito conhecida pelo seu uso pelo Sistema Toyota de Produção, e Seis Sigma, intrinsecamente ligadas à engenharia de produção, são compartilhadas e assimiladas por estudantes das diversas engenharias. “Técnicas reconhecidas ganham novas aplicações”, explica o professor e engenheiro Diogo Luiz Faustino, mestre em Processos Tecnológicos e Ambientais.
Mestre leva própria experiência pessoal acadêmica para ministrar disciplina
Com intimidade no uso do Lean e do Seis Sigma, visto que eram ferramentas afeitas ao segmento no qual trabalha no desenvolvimento de projetos, Diogo Luiz Faustino viu outras possibilidades de uso para tais aplicações quando ele próprio ampliou seu contato com outras áreas da engenharia.
E foi o que fez para construir sua tese de mestrado.
Ele utilizou o mapeamento do fluxo de valor com vistas à redução de custos e de resíduos industriais. “O VSM foi adaptado para avaliar a situação estudada”, explica Faustino, que utilizou os conceitos da ferramenta Seis Sigma para conduzir o experimento com DMAIC, ou seja, definir, medir, analisar, implementar e controlar.
A importância do compartilhamento de ferramentas
“Há técnicas muito específicas e de sucesso em cada uma das engenharias, assim como nas mais diversas áreas. O contato com uma técnica reconhecida e de sucesso pode levar o profissional de outra área da engenharia a ver nela uma nova possibilidade de aplicação ou de um profissional de outro segmento a descobrir uso diversa”, explica Diogo Faustino.
O foco em gestão de projetos é apresentar, discutir e aprofundar Lean e Seis Sigma, mas para Faustino o enriquecimento trazido pelos pós-graduandos de outras áreas da engenharia deve despertar novas visões para a utilização delas, seja no estudo e, mais especialmente, na aplicação prática.
O professor também chama a atenção para o fato de que técnicas como as apontadas não se aplicam apenas às engenharias e podem ser utilizadas por profissionais de outras áreas de formação, principalmente para obter redução dos desperdícios. “Um exemplo disso é a ferramenta Swimlane, pela qual avaliamos o fluxo de informações em qualquer segmento. Melhorar o fluxo de informações impacta diretamente na redução de desperdício e deve ser implementado nas áreas administrativa, financeira, entre outras”, conclui.