A emergência sanitária que assola o mundo coincide com a data que marca os 200 de nascimento de Florence Nightingale, a pioneira na assistência e no trabalho da enfermagem.
Talvez nunca a frase da professora da Pós-Graduação da Universidade de Sorocaba (Uniso) e mestra em Ciências Farmacêuticas, Sheilla Siedler, faça tanto sentido quanto agora: “para você ser um enfermeiro, tem que gostar de cuidar de pessoas”.
Qual a importância de gostar de cuidar de pessoas?
“Se não gosta de cuidar de pessoas, vai descobrir que financeiramente talvez não seja aquilo que esperava, e acabará tendo um trabalho descomprometido”, esclarece a professora. “A parte boa é que se você é enfermeiro por essência, você gosta de cuidar”.
Na visão dela, o enfermeiro é um agente de mudança, que acaba se apoiando no que acredita e, junto com o conhecimento e com a persistência, alcança os objetivos que envolvem sempre cuidar de gente. “A força de vontade e o comprometimento é algo que está dentro do enfermeiro”.
Como conciliar todas as atividades
A precursora, Florence Nightingale, exigia dedicação exclusiva de quem quisesse seguir o ofício. Sheilla alerta: “na vida real é difícil achar o limite”. Para ela, só o tempo e a experiência podem levar a um equilíbrio.
“O recém-formado aceita todos os empregos e deixa a família e amigos em segundo plano. Com a maturidade, o profissional vai tentando equilibrar, porque descobre que a vida não é só trabalho”, avalia a professora, que segue seu curso de doutorado em Ciências pela Unifesp.
Para Sheilla, quem tem filho se supera, porque sempre são profissionais comprometidos, que cuidam de tudo, dentro e fora de casa. Além disso, o profissional precisa encontrar na família compreensão, porque, muitas vezes, em um momento de lazer ou descanso, pode ser chamado com urgência para um plantão para o qual alguém da escala faltou.
E ainda precisa incluir na vida tempo para se cuidar, para fazer atividades físicas, pois tem de cuidar da própria saúde, e se atualizar, estudando sempre.